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Pepinos e “sanduíches”. março 16, 2011

Posted by danifarias in Aleatoriedades.
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Eu pensei que o blog tinha morrido!  Meu último post foi em novembro, e obviamente aconteceram zilhões de coisas de lá pra cá: fui pra Noruega 2x visitar o Herman (em Trondheim e Tromsø, lindas!), entrei pro comitê internacional da faculdade, lavei louça num restaurante, congelei no inverno e acabei de passar meu aniversário aqui. Mas hoje me bateu vontade de falar não sobre isso, mas sim sobre coisas randômicas sobre as quais eu estava refletindo enquanto lavava roupa (lerê, lerê).

Por isso, vou discorrer sobre pepinos. Sim, pepino – gurka, em sueco.

Acho que raramente eu comia pepinos em casa. Pepinos são a única coisa que eu peço pra não colocar na salada do sanduíche do Subway. Eu gosto muito de pickles, mas não de pepino. É engraçado – eles não tem gosto de nada, mas ainda assim, tem alguma coisa neles que me irrita.

Na primeira vez que eu visitei Gotemburgo, eu comprei uma “baguette” (eles chamam de baguette porque é um sanduíche servido num pão grande, mas chamar o tal pão de baguette deixou meu amigo franco-italiano bastante irritado.). Pedi uma baguette com queijo e presunto. Veio queijo, presunto e pepino. Comi contrariada.

Pulemos pra agosto de 2010.  No meu primeiro dia aqui, a dona da casa me ofereceu café da manhã e perguntou se eu queria um sanduíche; aí ela me deu uma fatia de pão com presunto, queijo e pepino em cima. “Certo, pepino no café da manhã, começamos bem.”.

PS: Quando alguém te oferece um sanduíche aqui (excessões: fast-foods e as tais baguettes), normalmente a dita iguaria é uma fatia de pão com coisas em cima; eles não “fecham” o sanduíche com outro pão. Então por que diabos chamam de sanduíche?

 

Smorgås

Obviamente segurar um sanduíche desses não é muito agradável.

No almoço da faculdade, frango e salada de pepinos. Na janta, a dona da casa me apresentou ao Tzatziki – um creme grego feito de iogurte, alho e, obviamente, pepino. (Esse até que era bem gostoso, viciei. Culpa do alho.).

Um belo dia estava eu numa palestra; na mesinha lateral, água pros convidados. Fui pegar um pouco…dezenas de rodelas de pepinos boiavam alegremente na jarra. Eu já tinha ouvido falar de “suco de pepino”, mas não era aquilo – era só água transparente e pepino cru. Tentei beber, mas preferi ficar com sede. Na hora do fika, perguntei aos amigos suecos porque diabos as pessoas estragaram a água daquele jeito, e minha amiga responde “Ela fica mais fresca! :D”. Mentalmente esbravejei um leonárdico “AI DENTRO.”.

Então é isso amigos. Depois de meses sem postar, graças ao meu blog agora vocês sabem que aqui só se come pepino. Espero ter ajudado a expandir sua visão do mundo. De nada!

Sobre wienerbröds, kanelbullars e pepparkakors. novembro 15, 2010

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Todo mundo vive me perguntando o que eu mais gostei na Suécia. Eu tenho uma lista imensa de coisas, mas vou começar do modo mais simples: Pelo estômago.

O “arroz com feijão” sueco é um prato de almôndegas (köttbullar) com batata, um molho marrom e geralmente com um pouco de lingonsylt. Lingonsylt é uma geléia doce de uma frutinha da qual eu não tenho noção do nome em português (mas ninguém acha ruim se você pedir sem a geléia não). É o prato mais tradicional do país, popularizado pela IKEA (aquela multinacional de móveis baratos que não tem no Brasil) – em todas as lojas pelo mundo tem um restaurante onde eles fazem esse prato, e ainda vendem tudo congelado caso você queira fazer em casa.

Köttbullarna

Atenção para o bolinho na esquerda da foto.

O bolinho é o superfamoso, delicioso, onipresente kanelbulle. É um pãozinho doce, com canela e açúcar. Quando essa desgraça sai quentinha do forno…aiai.
Você encontra isso em praticamente qualquer canto; no mercado você encontra fresco ou congelado, pra assar em casa. Mas os melhores, reza a lenda, estão em Haga – um bairro boêmio daqui, onde eles fazem uns kanelbullarna gigantes nos cafés. Tô doida pra ir lá. :3

Kanelbulle de Haga

Achei essa foto na net, com uma escala conhecida.

Falando em doces, minha amiga me apresentou ao Wienerbröd quando notou que o meu vício em kanelbulle estava me impedindo de conhecer outras guloseimas.

Wienerbröd

Wienerbröd, muito prazer.

Também é bem fácil de achar, e é muito popular na hora do fika – a tradicional paradinha pro café que acontece praticamente durante o dia todo, o tempo todo. É uma massinha folheada, com um creme de baunilha por dentro. As vezes tem essa cobertura de chocolate ou morangos inteiros, mas é mais difícil de encontrar.

E nesse último sábado, conheci o(s) pepparkakor.

Nom. <3

É o tal do gingerbread cookie que a gente vê nos filmes de Natal americanos – mas aqui eles são populares o ano inteiro. Em sueco, a tradução direta do nome seria algo como “biscoito apimentado”, mas o que vai na massa é canela e gengibre. São tão comuns que você nem precisa fazer em casa como manda a tradição – você pode comprar no mercado já assado em pacotes ou potes, ou comprar a massa pronta pra cortar em casa na forma que você quiser. No Natal, enfeitam com glacê. Não dá pra comer de pouquinho, é muito gostoso.

Certo, agora tô com vontade de comer pepparkakor de novo. Droga. ;_;

PS: E mesmo com tudo isso, eu sinto uma saudade danada de um bifão bem suculento com fritas!

PS2: Não falo sueco ainda, então o plural dos nomes tá todo errado. Kanelbulle, kanelbullarna, kanelbullar, sei lá! ;D

#gordafeelings

Requentando… novembro 7, 2010

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-1C em Gotemburgo, 31C em Fortaleza.

O nome do blog faz todo o sentido.

Desde que eu cheguei eu não tive um segundo sequer pra sentar e escrever; na verdade, quando eu tinha tempo eu não tinha cabeça pra isso. Por isso acabei abandonando o blog; mas em compensação agora eu tenho muita coisa pra contar e vou tentar postar mais, embora a faculdade esteja comendo 97% do meu tempo. :)

Impossível evitar o clichê: já se foram 3 meses mas parece que foi ontem que eu cheguei! Agora as coisas estão se encaixando; criei uma rotina nova, já consigo pensar no meu quarto como “minha casa”, vou me acostumando com as diferenças…

Meu quarto, um dia depois da chegada. Hoje ele já tá mais bagunçado, tem uma bandeira do Brasil na estante e mais coisinhas..

Claro, em 3 meses muita coisa aconteceu, impossível contar tudo. Fatos aleatórios que me vieram na cabeça agora:

Me perdi no tram;
Comprei e montei minha própria bicicleta – e me perdi com ela também;
Queimei a mão (e a comida) no fogão;
Fiz um monte de amigos de todo os cantos do mundo;
Vi o sol na janela e pensei que tava calor – acabei passando frio;
Tomei (muita) chuva;
Bebi (muita) cerveja boa;
Me viciei em café,
Fui apresentada ao wienerbröd e ao kanelbulle;
Remei numa canoinha num lago lindo;
Andei de montanha russa pela 1a vez (e ela era toda de madeira!);
Passei vergonha falando sueco errado (e inglês também);
Fui no show do Blind Guardian e do Pain of Salvation;
Apareci no jornal de uma cidadezinha vizinha por causa do curso;
Fui na IKEA e comi almôndegas com purê de batata e geléia;
Vi um saco de plástico do tamanho do meu quarto, cheio de ar, voar dentro do meu prédio da faculdade;
Vi as folhas ficando amarelas e fazendo montinhos no início do outono;
Experimentei a “soda de Natal“, tradição da escandinávia;
e mais um zilhão de coisas que não me vieram na cabeça agora…

Em resumo? Eu amo Gotemburgo. :)

Indo embora agosto 10, 2010

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Olho o calendário do Windows ali no canto da tela, marcando 1 da manhã do dia 10/08/2010. E mesmo agora, quando acabei de voltar de mais uma festa de despedida, a ficha ainda não caiu.

Parece que foi diferente hoje ontem. Não senti a melancolia habitual dos últimos dias, nem muita tristeza também. Pelo contrário, vendo aquele monte de gente conhecida ali me deixou bastante feliz! Gente de ontem, de sempre, gente de “às vezes”, um monte de gente que eu adoro. Olhando cada um me vinha um flashback de como eles foram parar ali na mesma mesa; uma coisa estranha, mas uma sensação boa.

Abracei a maioria pela última vez em muito tempo, e o coração apertou um bocado. Mas ontem não desceu uma lágrima sequer, acho que a alegria era a maior. Talvez seja meu subconsciente economizando pra mais tarde…

As malas ainda estão abertas, tem roupas e coisas espalhadas pela casa toda. Minha bancada tá ficando mais vazia (e não menos bagunçada). Comprei leite moça, brigadeiro, guaraná e cachaça e uma bandeira do Brasil pra levar. Mas enquanto não tiver tudo lacrado e eu não estiver lá no aeroporto, nem parece que é verdade.

Não sei se tiro as fotos do meu mural pra levar, ou se deixo aqui marcando território…desmontar esse mural vai doer, acho que não tenho coragem. Tenho todas as fotos no notebook, provavelmente é mais fácil imprimí-las de novo por lá.

Esse post tá estranhíssimo né? É muita coisa na minha cabeça, nem sei o que escrever, nem sei o que eu tô sentindo direito. Amanhã minha vida vai mudar completamente, mas isso não entra na minha cabeça de jeito nenhum.

Vou aqui curtir minha última noite dormindo na minha caminha, no meu quarto azul.

Acho que esse é meu último post antes da viagem, faltam umas 18h pra decolar. Boa sorte pra mim. :)

Tomorrow will take us away
Far from home
No one will ever know our names
But the bards’ songs will remain
Tomorrow will take it away
The fear of today
It will be gone…

(não vai dar pra assistir o amistoso do Brasil, droga!)

Despedidas agosto 7, 2010

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Não abandonei o blog! É que as coisas tem ficado mais e mais corridas…ainda não consigo acreditar que agora só faltam 3 dias! Ultimamente tudo o que eu tenho feito é mandar e-mails, responder e-mails, consultas nos médicos, trocentos exames, ligações, burocracia e coisas do tipo. Anteontem foi o dia de resolver papelada, e ontem o dia de andar no centro comprando coisas…

Mas os dias tem sido felizes. Apesar de ser um saco estar em casa enquanto está todo mundo trabalhando, tenho conseguido ver meus amigos com mais frequência. Nesse fim de semana fui pra Cruz, aqui no interior do Ceará, cidade da minha avó. Foi aniversário dela (88 anos!); a família compareceu em peso, aquela confusão padrão de famílias grandes (já comentei aqui que vovó teve 16 filhos? Pois é, imagine a quantidade de primos :p), milhões de comidas diferentes…foi ótimo.
A única parte ruim foi a despedida, claro. Vovó com um papo mórbido de que quando eu voltar ela não vai estar mais viva e tal, que lá fora é perigoso; enfim, coisas de avó velhinha. Disse pra ela que agora é rapidinho pra voltar, só 12h de avião! Antigamente quando mamãe foi morar em São Paulo eram 4 dias viajando de ônibus, então teoricamente estou mais perto do que a mamãe esteve. Parece que eu consegui convencê-la, mas chorei horrores. ;_;

Mudando de assunto…quarta-feira estava eu aqui com meus botões, fui na cozinha e notei que a mãe tava fazendo empadinhas suficientes para alimentar no mínimo uns 3 batalhões de orcs. Minha mãe tem uma mania esquisita de nunca cozinhar em uma quantidade normal – ela sempre faz ao menos o dobro do necessário – mas aquilo era demais, absolutamente absurdo. Obviamente que eu transmiti meu desapontamento sobre o quão ridícula aquilo ia tornar a tentativa de dieta dela; ela respondeu que não estava cozinhando pra gente, mas sim pra minha irmã levar pra uma festinha do estágio no dia seguinte. Pensei: “Putz, ela não vai alimentar só o laboratório e sim a Petrobrás inteira!”. Deixei pra lá e fui encontrar o Leo, a Kriscia e a Nane, tinhamos marcado de comer brownie.

Nada da Nane aparecer, disse que tava presa numa reunião do trabalho. Resolvemos esperar por ela. Andando pelo shopping vi umas Melissas na promoção e putz, tinha exatamente a que eu queria, e no meu tamanho, um milagre. Compray. :3

Esperamos mais, e mais, e mais, aí decidimos que a Nane não ia vir mesmo. Aí do nada o Leonardo resolve ter uma dor de barriga fenomenal, e como ele é tímido com banheiros ele não queria usar o do shopping. Nem comemos o brownie porque ele queria ir embora. Foram me deixar em casa, e no caminho perguntei se ele queria usar o meu banheiro..¬¬’

Pois sim, quando eu entrei em casa, retardada como só eu sou, a primeira coisa que eu notei foi que tava tudo escuro e que os sofás estavam numa posição diferente. Pensei “poxa, a tia já resolveu mexer nos móveis de novo, ave!”. Isso seria uma observação normal para qualquer pessoa, não fosse o fato de que fora os sofás estarem em outro lugar, tinham também ao menos umas 20 pessoas na minha sala. Juro que rolou um lag de 1s até que eu notasse. “SURPRESAAA!”. Pronto, desabei a chorar. :~)

Eu não desconfiei de nada nem por 1 segundo! Acho que foi a 1a festa surpresa na minha vida toda onde eu não desconfiei de nada MESMO. Até porque foi em uma quarta-feira aleatória, 6 dias antes da viagem…eles fizeram de propósito numa data aleatória exatamente para que eu não pudesse prever, deveras engenhoso. :3

Surpresa!

Eles não conseguiram um chapéu de viking decente, então virei corna. :x

Chorei um monte, precisa dizer? Amigos, amo vocês. :~) E o pior…mesmo assim ainda não caiu a ficha. Eu estou indo na terça, mas acho que só vou me dar conta disso quando tiver no avião!

PS: Acabei de assistir Inception. Que filme absurdamente massa.

“O último a sair desliga os estabilizadores e a cafeteira!” julho 18, 2010

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Eu me lembro claramente do dia 15 de fevereiro de 2005. Era uma terça-feira, aniversário do Leo; de tarde, tinha ficado pela 1a vez com aquele que viria a ser meu namorado por quase 5 anos, depois de muita enrolação. Fui pra Unifor feliz da vida, dirigindo meu Corsinha cinza, debaixo de uma chuvinha fina.

Estava no quarto semestre da faculdade e tinha acabado de virar monitora da disciplina de Técnicas de Representação I (TRE1), onde você aprende o básico do desenho arquitetônico: como apresentar uma prancha, o que é uma planta baixa, um corte, uma vista, que espessuras de traço utilizar. O professor era o arq. Marcus Lima, um sujeito gente boa, super tranquilo, que todo mundo adorava. Eu havia cursado Comunicação Visual I e TRE1 com ele; como mesmo antes de entrar na faculdade meu sonho era trabalhar com design, CV1  virou minha disciplina favorita. E foi nela que eu descobri que o Marcus tinha um escritório que trabalhava especificamente com design e comunicação visual.

Naquele 15 de fevereiro, depois da aula, o Marcus me perguntou se eu tinha interesse em estagiar lá, e eu nem pensei duas vezes. Pela manhã eu fazia Artes Plásticas no CEFET, mas estava desestimulada; o convite foi a gota d’agua. Saí da Unifor pulando de alegria, e fui pra festa do Leo, um ensaio aberto da banda dele. Espalhei as novidades e fui pra casa cedo – afinal, no dia seguinte, eu ia começar a trabalhar.

Nessa sexta – 16 de julho de 2010 – me despedi do escritório depois de exatos 5 anos e meio. Fui estagiária, me formei (o Marcus foi meu orientador no projeto final) e continuei lá, como arquiteta (e também muitas vezes como “assessora para assuntos tecnológicos”, aka suporte técnico, heh. Quem mandou ser nerd? :x). Agora vou me embora…

Depois de apresentar o TFG

Logo depois de apresentar meu trabalho de conclusão de curso, com o meu chefe, orientador e chapa bróder.

Muita gente me pergunta “putz, você só trabalhou/estagiou no mesmo lugar a vida toda?”. Yup.  As vezes eu me pergunto como teria sido se fosse diferente; talvez eu possa ter perdido um monte de oportunidades, ou deixado de aprender outras coisas. Mas arrependimento? Não. Nunca me vi fazendo interiores, ou edificações, ou sei lá. Tivemos dias bons e ruins, clientes chatos, projetos interessantes e outros nem tanto; mas no geral sempre fui trabalhar feliz, fazendo o que eu gostava e com pessoas que eu adoro.

Despedida

Na minha despedida, me levaram no McDonalds, meu restaurante preferido. Detalhe: o Marcus abomina o dito estabelecimento. Foi lindo vê-lo comendo BigMac. ;D

Quando comecei, eramos 3: Marcus, sua sócia-esposa Márcia, e eu (ah, a Denise também, a secretária lenda! Mas ela saiu depois.). O escritório funcionava numa casa escura, apelidada carinhosamente de “bat-caverna”.  No segundo andar funcionava o escritório do Paulão, outro arquiteto.

As coisas foram aumentando…outros estagiários chegaram, sairam e alguns até acabaram voltando (agora o setup padrão conta com 3 estagiários). O escritório mudou pra outro endereço com mais cara de…escritório,e agora é todo lindinho (e laranja).

Almoço do IABNo almoço do Dia do Arquiteto do IAB, com os estagiários que mais marcaram época: Gomes, Júlia, Carol Kataoka, Márcia e eu. A Kriscia só tá nessa foto porque é meu anexo, nunca trabalhou com a gente! :x

Dados aleatórios: Nesse tempo todo, a Márcia e o Marcus tiveram outro filhinho (agora são 2). O Marcus teve uns trocentos celulares porque perde um todo dia; a Márcia teve 4, e eu tive uns 4 também. Contei apenas duas cafeteiras quebradas no período: uma queimou por ter virado o fim de semana ligada, e a outra eu fiz o favor de estilhaçar há uns meses atrás, botando água gelada no vidro quente (yay física). Ganhei uns quilinhos visíveis, graças aos sanduíches, amendoins, doritos e demais besteiras adquiridas no famoso mercadinho bem em frente – que apelidamos de “sebas” por motivos que não convém citar – que vende basicamente QUALQUER COISA QUE VOCÊ QUISER (sério, testamos vários absurdos com sucesso). Ah, os almoços também colaboraram bastante: yakisoba da chinesa, prato do Hokkaido, brigadeirão do restaurante a quilo pobrinho, salgados da Lany….

carnaval

Alalaô-ô-ô

Enfeitamos o escritório pra Copa, pro Natal, pro Carnaval e pra todos os aniversários. Bebemos incontáveis litros de café, chá, cappucino e coca-cola. Criamos inúmeras piadas internas (nunca vou conseguir “fazer uma versão” ou concordar uma curva sem rir).  Ouvimos horas do programa do “Trem Bala” na rádio AM nos dias após aos jogos do Ceará (ah, os jogos do Ceará…isso é outra história), e também uma quantidade cavalar de Maria Rita. Ainda não gostamos do iTunes, e temos um amor masoquista pelo Corel (digam o que quiser, nosso amor também é cego!).

Aniversário

Meu niver do ano passado, no famoso sofazinho laranja fashion da sala de espera.

Mas algo que a gente fez mais do que tudo nesse tempo foi trabalhar, e trabalhar muito, e trabalhar mais ainda. Com o Marcus e a Márcia eu aprendi o que é ser profissional, e eu me orgulho de cada segundo que eu passei ali dentro, de cada marca e plaquinha que eu ajudei a criar.  Ainda erro (demais pro meu gosto) – mas tive a sorte de tê-los ao meu lado pra me orientar, consertar e aconselhar. Cortar esse cordão umbilical e aprender a andar sozinha vai ser difícil, mas eu vou conseguir.

No Micro 03, na época em que os monitores ainda eram CRT e eu photoshopava coisas pra dar um ar LEZGAU e por no fotolog. Caramba, eu cresci!

Mas mais difícil ainda é saber que segunda-feira eu não vou ver o Marcus fingindo que tropeçou no tapete pra fazer graça e sendo “ciço”, ou passar a tarde inteira conversando com a Márcia sobre sabe se lá o quê, ou “frescar” com os estagiários, ou reclamar do frio nórdico do ar-condicionado. Eu acho que não são muitas as pessoas que tiveram a sorte que eu tive. Trabalhava com o que eu sempre sonhei, num ambiente que era como minha segunda casa, e meus chefes viraram amigos do peito.

Jogo do Ceará

No jogo do Ceará, quarta-feira passada - minha primeira vez num estádio de futebol.

Como o Marcus disse, é o fim de um ciclo; nem deu pra sentir, mas tudo mudou em cinco anos. Despedidas são sempre doloridas e não deu pra segurar o choro ao devolver minha chave da porta e sair; mas o que importa é que a amizade e as boas lembranças vão ficar pra sempre. Hora do reset.

10 de Agosto julho 9, 2010

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Hoje peguei meu passaporte com o visto (ele estava desde o dia 30 me esperando no consulado, mas claro que ninguém podia ligar pra avisar).

De lá fui na STB ver as passagens de estudante e quase fechei negócio na mesma hora. Pedi a cotação Fortaleza – Dinamarca (meu plano é seguir de lá até Gotemburgo de trem, 3h de viagem). Algo me disse pra dar uma olhada melhor antes, por que os 100 reais de desconto que eles me ofereceram (em comparação com uma passagem adquirida numa agência de viagens) não pareciam ser um bom negócio.

Eu estava correta. No site da TAP encontrei o mesmo trecho 300 reais mais barato e fiz a reserva. Pelo mesmo preço que a STB estava me vendendo um bilhete de estudante até Copenhague, eu poderia viajar direto pra Gotemburgo de avião! Resolvi economizar a diferença (em parte porque eu também não quero ter de pegar um terceiro avião hehe), e vou pra Gotemburgo de trem mesmo. :3

Um fantástico infográfico feito no Paint. *Applause*

Pois é amiguinhos, em 10 de agosto (1 mês e 2 dias) estarei zarpando para a Escandinávia.

O custo de estudar na Suécia julho 7, 2010

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Eu escolhi estudar na Suécia por vários motivos, mas um dos mais fortes é o fato de que a educação é de qualidade e gratuita  – bem, ao menos era assim.

Já haviam vários rumores de que os alunos de fora da União Européia teriam de começar a pagar pelos estudos; ano passado, a decisão foi confirmada pelo governo. A partir de 2011, quem não for residente da UE vai ter de pagar taxa de inscrição para concorrer a uma vaga, e caso seja aprovado, pagar taxas anuais. Para mais informações, confira o FAQ do Studera.nu.

Ainda não está claro se a taxa de inscrição será reembolsavel (aparentemente não), mas o preço já foi definido: 900sek (por volta de R$210). De acordo com a Sveriges Radio, também foram divulgados os preços dos cursos da Universidade de Uppsala: por volta de R$18.000,00 por ano –  isso para os cursos mais baratos, como artes e ciências sociais, e sem contar com o custo de vida. Para Medicina, o custo pode chegar até 42.000 reais por ano.  Ainda de acordo com a Sveriges Radio, a Universidade de Lund também já divulgou seus preços, que ficam em torno da mesma quantia. Não vi nenhuma notícia sobre quanto vai ser cobrado pela Chalmers ou pela KTH.

Estou aliviada de ter tentado ano passado; quem começar a estudar até julho de 2011 vai continuar tendo direito ao ensino gratuito até o fim do curso! :)

Os valores ficaram bem próximos aos cobrados por outras universidades européias, isso é, bem altos pra quem estava pretendendo ir como free mover. Para um americano esses valores chegam a ser irrisórios quando comparados aos preços das faculdades de lá; já para um brasileiro ou africano, o custo vai tornar o estudo na Suécia proibitivo; até mesmo se inscrever ficou bem caro.

Também foi anunciado que o programa de bolsas vai ser ampliado, tomando parte da verba gerada pelas anuidades. No entanto, não há nenhuma novidade sobre isso.

A discussão é grande – um dos grandes motes dos mestrados na língua inglesa é proporcionar uma experiência global, com alunos de todo o mundo. Há milhares de alunos africanos, asiáticos e sul-americanos nas faculdades suecas, mas acredito que essa nova realidade vai fazer esse número despencar abruptamente. Até mesmo os candidatos de países mais ricos estão se manifestando – muitos vão preferir ir diretamente para uma faculdade inglesa, francesa ou alemã, onde a barreira do idioma é mais fácil de ser vencida (quantos conhecidos seus estudam francês? Você conhece alguém que tenha estudado sueco na escola?), e que possuem faculdades de renome. A qualidade do ensino também tende a cair – quanto maior o preço, menor a concorrência, menor a qualidade dos alunos e assim por diante…

Alguns suecos também são contra a medida; a educação gratuita é pilar fundamental do estado de bem estar social. No entanto, muitos não veem com bons olhos o fato de ter suas cidades invadidas por estrangeiros, estudando em boas universidades mantidas com o seu dinheiro. Fato é que os estudantes também pagam impostos, geram renda e injetam dinheiro externo na economia…

Bom, parece que o último país europeu que ainda oferece educação gratuita para estudantes de fora da UE é a Noruega (mas o custo de vida lá é absurdo!). A Finlândia também, mas eles estão testando mudanças e alguns cursos já passaram a ser pagos. Sei que a Alemanha possui vários cursos gratuitos, mas há várias restrições; de resto, todos os destinos populares já cobram pelo ensino.

Se você quiser estudar no exterior, o grande negócio é estudar em uma universidade filiada ao Erasmus Mundus e correr atrás de bolsas e oportunidades desde cedo; se você estudou em uma universidade que não participa do programa (o meu caso), tudo fica muito, muito mais difícil.

Resta esperar pra ver como vai ser o novo programa de bolsas sueco; tomara que seja algo justo como eles estão tentando fazer crer.

A gravidade disso tudo. junho 23, 2010

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Caiu o último obstáculo, meu pedido de visto foi aceito. A partir do dia 1º de agosto, já posso ir pra Suécia.

A notícia chegou por e-mail, como sempre. Inscrição pro processo seletivo? Internet, só precisei mandar os documentos pelo correio. Notícia da admissão? E-mail.  Carta de admissão? Um PDF, que foi reconhecido pelo consulado como documento oficial sem problema algum. Apartamento? E-mail. Naturalmente eu acho isso tudo muito moderno, lindo e perfeito – mas as vezes me bate uma saudade de ter um papel na mão… (mas isso vai se resolver já já, tenho de mandar meu passaporte pelo correio pra Brasília para que a embaixada cole o selo, e aí sim vou ter uma prova física de que eu estou indo mesmo.)

Assim que eu receber o selo vou comprar a passagem; pretendo ir logo no início de agosto, pra dar tempo de conhecer a cidade, ver o Herman e dar entrada nuns zilhões de documentos e entrar em mais um monte de filas de espera.

Milhões de borboletas na barriga…passei o dia inteiro com enjôo. Olhei o calendário, vi que esse mês tá pra acabar e daí pra frente vai ser um pulo. Acho que finalmente a ficha tá caindo, tanta coisa na minha cabeça…tô finalmente entendendo a gravidade da situação.

Agora não tem mais volta.

Been a long road to follow,

Been there and gone tomorrow

Without saying goodbye to yesterday.

Are the memories I hold still valid?

Or have the tears deluded them?

Maybe this time tomorrow,

The rain will cease to follow,

And the mist will fade into one more today.

Because the road keeps on telling me to go on…

Something is pulling me,

I feel the gravity of it all.

Não consigo tirar essa música da cabeça.

Victoria e Daniel junho 19, 2010

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Hoje o blog teve um pico inesperado de visitas, gente procurando no Google por informações sobre o casamento da princesa Victoria e caindo no meu post! Como eu também assisti a cerimônia, aí vão uns links pra imagens, notícias e vídeos, ainda que tarde:

The Local – Nóticias e fotos; estavam transmitindo ao vivo, mas não funcionou aqui. Liveblog com um monte de curiosidades interessantes. Em inglês.

TV4 – Transmitiram tudo, e ainda dá pra assistir a cerimônia completa por lá. Em sueco.

Sveriges Radio – Fotos e transmissão (áudio) com comentários, além de notícias curtas, em inglês.

BBC – Notícias e videos, cobertura internacional normal. Em inglês.

Aqui, só achei uma notinha da Folha e um artigo de 3 dias atrás no G1, mas não procurei muito.

Principe Daniel, agora que você saiu da plebe e ficou extremamente rico, jogue esses óculos fora e arrume umas lentes. Ou ao menos uns óculos decentes. Assim, imediatamente.

Sobre a cerimônia? Aquela coisa over né, bandinha, soldados-bonequinho-de-chumbo-like (um desmaiou, tá virando clichê), vestido com metros de cauda, milhões de bandeirinhas suecas, blabla…ADORO! ;D  Eles sairam da igreja, entraram numa carruagem, foram até uma barca e viajaram até o palácio – quintuplicando propositalmente um percurso de apenas algumas centenas de metros, só pra dar tchauzinho pra plebe mundiça. <3

Pelas notícias, 500.000 pessoas foram assistir ao desfile. Parece que também houveram protestos: como o brokep (criador do thepiratebay) disse no twitter, é irritante pra eles o fato de ter pagar por uma festa para a qual você não vai ser convidado (ah se eles conhecessem o Brasil!). A cerimônia custou em torno de 20 milhões de coroas; a monarquia se defende dizendo que o dinheiro gasto gerou renda através do turismo, da venda dos direitos de transmissão – toda a Europa pode assistir ao vivo na TV –  e de merchandise. No Liveblog do The Local foi dito que cada $1 gasto gerou aproximadamente $100 de lucro.

Enfim, há um sentimento anti-realeza, mas acho que no fim das contas a maioria das pessoas  até deve gostar disso tudo. Como eu ouvi em algum lugar, é como se a família real fosse aquele conjunto de móveis de estimação do país, você se acostuma a tê-los por lá.

Foi legal de qualquer forma, tava curiosa pra assistir depois de tanto tempo vendo notícias sobre isso em todo o canto. Eu tava assistindo Austrália x Gana na TV e olhando vez por outra o casamento via streaming, mas sinceramente foi mais interessante ver as paisagens de Estocolmo do que o casório em si. Ô lugar lindo!

(E fiquei feliz, consegui entender 4 ou 5 frases em sueco quando eles entrevistavam pessoas na rua, heh!)

PS: As famílias reais de praticamente todos os cantos foram convidadas, e alguns comentaristas estavam com dor de cotovelo porque a Inglaterra só mandou o príncipe Edward como representante. William e Harry estão na Copa, claro! Quem diabos se casa em época de Copa, hehe? o/

PS2: Eu pensei que isso ia ser um post curto. Me empolgo, sorry. :x